Novas Diretrizes para Postos de Recarga de Veículos Elétricos Podem Ser Prejudiciais? Um Especialista Explica

O universo dos veículos elétricos está em foco novamente, desta vez não por suas vendas, mas por um parecer emitido pelo Corpo de Bombeiros sobre as estações de recarga desses veículos no Brasil. Veja como essas novas diretrizes podem influenciar o mercado.

Parecer do Corpo de Bombeiros Causa Controvérsia

Recentemente, um comunicado do Corpo de Bombeiros de São Paulo tem gerado ampla discussão no âmbito dos veículos elétricos.

Na sexta-feira (5), foi publicado um parecer chamado “Ocupações com estações de recarga para veículos elétricos”, que expressa uma preocupação crescente sobre a rápida expansão das instalações de carregamento sem uma fiscalização adequada por parte do Corpo de Bombeiros.

Este parecer, que propõe regulamentações específicas para locais de carregamento de veículos elétricos, ficará aberto para consulta pública durante 30 dias a partir de sua divulgação no Diário Oficial, ocorrida na semana passada.

Mas, o que exatamente o parecer do Corpo de Bombeiros significa para o futuro dos veículos elétricos no Brasil? Vamos analisar.

Pontos Chave do Parecer

O Corpo de Bombeiros destaca várias exigências importantes relacionadas à infraestrutura de carregamento de veículos elétricos, incluindo:

  • Uma distância mínima de 5 metros entre um carro elétrico sendo carregado e qualquer outro veículo.
  • A necessidade de sistemas de extinção de incêndios automáticos com detectores de fumaça em estacionamentos fechados.
  • A restrição de instalação de carregadores em estacionamentos de difícil evacuação.

Se aprovadas, as novas regras exigiriam que as instalações se adaptassem dentro de um ano.

Visão do Especialista Sobre a Proposta

Evandro Mendes, CEO da Eletricus e conselheiro na Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), critica a proposta do Corpo de Bombeiros, apontando para o que ele considera ser uma abordagem equivocada.

Para Mendes, concentrar a regulamentação nos equipamentos de carregamento em vez dos próprios veículos elétricos não é lógico. Ele argumenta que o risco de incêndio durante o carregamento é extremamente baixo, comparável a “ser atingido por um raio”.

Além disso, Mendes ressalta que a probabilidade de incêndio em veículos elétricos é significativamente menor que em veículos a combustão, com uma frequência de incêndios 61 vezes menor por cada 100 mil veículos elétricos.

Problema nas Instalações

Mendes enfatiza que o verdadeiro risco para incêndios nas estações de carregamento é a qualidade inferior das instalações elétricas.

Portanto, segundo sua análise, a discussão e regulamentação deveriam focar mais na qualidade das instalações do que nos próprios veículos ou equipamentos de carregamento, para evitar futuros incidentes relacionados a incêndios.

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